quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Escola de Hoje

4 comentários:

  1. Eu sei bem do que está a falar. Vivo na pele situações repetidas de falta de... falta de tudo.
    Na escola onde me encontro este ano, ainda não consegui dar uma aula "normal", precisamente por causa de pessoas como a que relata na sua crónica. E não são excepções. Infelizmente são regra, mas que o Ministério nega que o seja.
    Estou cansado de leccionar nestas ciscunstâncias e com a total conivência do governo.
    Quando é que isso vai acabar?
    Se me disser que vai piorar, ou mesmo manter-se assim, rezo para encontrar uma alternativa para o meu sustento. Sim, sustento. É que, da forma que isso está, prazer já há muito que não me dá.
    Já para não falar da burocracia inútil que nos afoga diariamente.
    Acabei de sair de uma reunião de Directores de Turma e, todas as vezes, consigo ficar mais "aparvalhado". Se não fosse triste o facto de nos mandarem fazer milhões de inutilidades, pensaria que estaria numa comédia, das mais hilariantes.
    Agora vou tentar controlar os selvagens, já que dar aulas é impossível.
    Boa tarde.

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  2. Na escola de hoje, também há surpresas maravilhosas e criadoras...
    Queres conhecer?
    Tens curiosidade em saber quem te comenta, passados quarenta anos de vida?
    Se me experimentares, vais descobrir que apesar de tudo, há realidades que fazem a diferença.
    Sei que tudo em ti é muito, muito intenso, haverá tempo para me descobrires?
    Experimenta... porque assim, tenho a certeza que tens curiosidade em coisas insignificantes...

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  3. A solução para este problema seria simples. Temos um colectivo que é mal aproveitado, pois só trabalha à noite. Estou a referir-me aos seguranças das discotecas. Era colocar um em cada sala de aula para proteger o professor e até podiam fazer uma pré-selecção dos alunos, ao estilo do que fazem com os clientes.
    - O quê, chapéu e telemóvel topo de gama? Não entras!

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  4. Bom dia Maria João
    O meu nome é Vitor Matos, sou arquitecto, fui prof. durante anos e , à cerca de 4 anos, estive a leccionar nas "Novas Oportunidades" . Era prof. de Geometria Descritiva e Desenho Técnico. Este seu interessante artigo está na origem da minha decisão de lhe enviar a experiência que vivi na 1ª pessoa. Antes de mais gostaria de realçar que a ideia original de resgatar este imenso exército de jovens que, por motivos vários, abandonou prematuramente o ensino era óptima. Contudo. o que a esmagadora maioria dos cidadãos comuns ignora é o caracter preverso do sistema de ensino que "esta gente" implementou, isto é,( e para abreviar)o grupo alvo que abrange estes candidatos situa-se na faixa etária de 17 /22anos ( não se trata do CNO ). Estes alunos que ao nível dos comportamentos e atitudes ( na sua maioria) oscilam entre a ausência de educação básica até à designação clássica de " feios, porcos e maus " têm uma bolsa de 100,00€ mensais , opasse social integralmente pago e , este, pode ser metro/ carris ; metro/carris e comboio. São absentistas militantes e nada lhes acontece, ultrapassando sistemáticamente o número de faltas estabelecido. As minhas aulas eram de 3horas, com início às 8,15h. Pois bem, um número consideravel de alunos chegava por norma entre 1h e 2h de atraso, tendo o atrevimento de reclamar com atitudes desagradáveis de dizer que não estavam a entender nada! As avaliações obtidas nos testes e trabalhos oscilavam entre os 0% ( zero) e os 8% . Esta situação foi objecto de inúmeros relatórios que enviei ao director sem qualquer resultado . Nas avaliações finais o director forçava os prof. a passarem os alunos com um argumento curioso e inacreditável : Vivemos num sistema preverso, se não passarmos estes alunos, para o ano o IEFP não financia a nossa escola !...
    Gostaria de fazer mais comentários, porém o que eu disse é suficientemente elucidativo e demosntrativo do nível miserável que este bando de políticos tem conduzido as políticas educativas, designadamente nos últimos 6 anos.Ao fim de 2 anos de trabalho e após o envio, ao director, de sucessivos e demolidores relatórios (sem qualquer efeito) pedi a minha demissão.
    Muito obrigado pela sua atenção

    Vitor Matos

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